Publicado em 24/07/2021

Por All Wood Brasil

Com o passar do tempo, danos como riscos e falta de brilho podem ser superados com a revitalização com resina, mas o piso de madeira que foi submetido à água e empenou terá que ser trocado. Pisos de madeira asseguram conforto térmico e estética superior aos ambientes, se bem tratados e com os cuidados certos, eles têm longa vida útil.

O químico Thiago Lopes, membro do Conselho Técnico da Associação Brasileira do Mercado de Limpeza (Abralimp), explica:

As ceras, os acabamentos acrílicos e as resinas uretânicas (resinas termofixas) têm a função de formar um filme plástico que protege o piso, facilita a limpeza e melhora o brilho.

Chega o momento, no entanto, em que o piso tratado precisa ser restaurado, como explica Andrei Guerra, sócio da All Wood Brasil:

É quando o acabamento já não protege a madeira contra o desgaste diário, o brilho (fosco/semibrilho/acetinado/brilho) não é mais o mesmo, ou quando há arranhões que atingem a madeira.

Entre as ações que mais causam danos ao piso estão a movimentação de móveis, cadeiras de rodinhas de escritório e a limpeza inadequada; Andrei complementa:

A madeira é um corpo higroscópico que, mediante limpeza com excesso de água, se movimenta e se expande, gerando desplacamento do piso.

Apesar de possuírem solvente em sua composição, removedores de ceras e de acabamentos acrílicos são produtos à base de água e, para a utilização, são diluídos em água. Por isso, Thiago conclui:

Pisos de madeira e água não combinam. A madeira é composta por celulose e esse composto absorve muita água, aumentando assim o seu volume, inchando, empenando o piso e apodrecendo a longo prazo.

Revitalizar, renovar ou substituir

Quando o piso está em boas condições, ele pode ter seu acabamento revitalizado, com o uso de produtos desenvolvidos pelo fabricante da resina, como explica o líder da All Wood Brasil:

Empregamos descontaminante de superfície com ajuda de escova elétrica de limpeza, que remove mecanicamente a sujeira. Depois, é feita a aplicação de um revitalizador.

Também existe a possibilidade de renovar o acabamento, o que seria a solução definitiva, pois os revitalizadores sofrem desgaste ao longo do tempo. De acordo com Andrei, o processo é rápido:

Dessa forma, após a descontaminação, é feito o polimento geral com lixas de diamante e aplicação de verniz. O processo pode ser realizado em um único dia.

De acordo com Thiago Lopes, a remoção de ceras, acabamentos acrílicos e resinas uretânicas em pisos de madeira através de ação mecânica evita a utilização de produtos químicos que irão danificar o piso.

Outras soluções são telas metálicas ou discos que podem ser utilizados com máquinas conservadoras low speed, mas Lopes orienta:

Nesse caso, o piso deve estar totalmente nivelado, sem pontos empenados, pois isso fará com que a tela ou o disco danifiquem o piso e, também, se danifiquem. O serviço deve ser executado por profissional especializado.

Andrei Guerra ressalta que somente em último caso deve ser feita a substituição parcial ou total do piso. A possibilidade de restauração se esgota, por exemplo, em caso de excesso de raspagens, chegando em seus encaixes quando for assoalho e, se for taco, chegando no contrapiso. O processo tem início com a remoção de todo o resquício do piso de madeira, sobras da fixação e contaminantes. E esclarece o melhor processo:

É preciso avaliar a umidade residual, resistência, abrasividade e planicidade do contrapiso, sendo recomendando seguir os requisitos da ABNT NBR 14917-2, que regula a instalação de pisos vinílicos e pode ser referência para revestimentos de madeira. Depois dessa etapa e escolhido o revestimento, o ideal é seguir as recomendações do fabricante. Se for madeira maciça, deve-se aclimatizar o piso no local da instalação, instalar, lixar e dar o acabamento se necessário.

Piso de madeira na cozinha

No exterior é comum o uso de piso de madeira na cozinha, o que ainda não ocorre no Brasil. Mas, na opinião de Thiago Lopes, esse tipo de uso não é recomendável:

Em áreas de manipulação de alimentos, é comum ter resíduos de óleos, azeites e gorduras nas superfícies e, também, no piso. Se não houver nenhum tipo de tratamento, certamente haverá absorção da sujidade pela madeira, o que vai se revelar através de manchas escuras, como se o piso estivesse molhado nesses pontos.

Mesmo que o piso tenha recebido acabamento em resina, esse tratamento será atacado pelos elementos gordurosos da cozinha, tirando o brilho da superfície e deixando o piso com aspecto desgastado nesses pontos. Conclui Lopes:

Nas cozinhas industriais é quase que padrão utilizar pisos cerâmicos resistentes, que facilitam a limpeza e permitem utilizar a técnica de limpeza molhada; já em domicílios, é mais comum o uso de cerâmicas esmaltadas ou polidas.

Limpeza e manutenção

Para a limpeza diária dos pisos de madeira, Andrei Guerra recomenda empregar produtos com pouca adição química, que diminuem a vida útil do acabamento, além do mínimo uso de água, para evitar que a madeira absorva e se movimente além do limite aceitável.

Os fabricantes das resinas oferecem, também, diversos produtos para a limpeza e manutenção do brilho como por exemplo o Bona Care, Bona Cleaner, Bona Polish e muitos outros.

Diante da necessidade de revitalização ou renovação do verniz (resina), a orientação de Guerra é que o consumidor solicite as credenciais, histórico, ferramental do profissional e orienta:

A Bona no Brasil certifica seus profissionais e faz indicações. Os preços dos serviços variam de acordo com o profissional, suas ferramentas, estrutura comercial, experiência e o acabamento escolhido pelo cliente final. Ou seja, vai depender da fórmula química do acabamento até a dimensão de tráfego demandada pelo cliente. As faixas de preço vão de R$ 30,00 até R$ 215,00 o m².

Com a utilização de equipamentos como o Bona Deep Clean junto da Power Scrubber é possível eliminar sujeiras e resíduos profundos.

Evolução das resinas

Do Cascolac à Bona, passando pelo Sinteco, as resinas evoluíram ao longo das décadas. De acordo com Thiago Lopes, basicamente, nada mudou em relação à facilidade de limpeza e manutenção. A composição da maioria dos produtos é à base de resinas uretânicas, que são mais resistentes a desgastes químicos e mecânicos quando comparados a ceras e acabamentos acrílicos (resinas termoplásticas).

Thiago destaca as diferenças das resinas antigas para as atuais e fala também sobre o tempo de secagem (ao toque e manuseio) e o tempo de cura (secagem total):

Antigamente, essas resinas uretânicas eram majoritariamente à base de solvente, com forte cheiro, inflamáveis, ambientalmente não amigáveis e, em alguns casos, até mesmo carcinogênicos e teratogênicos. De alguns anos para cá, a maioria dessas resinas uretânicas passaram a ser à base de água e não apresenta tais inconvenientes. Porém, uma vez que esses produtos a base de água secam formando filme e curam, a entrega de performance é exatamente a mesma.

E você, possui um piso de madeira que precisa de cuidados especiais? Entre em contato conosco para que possamos revitalizar, renovar ou substituir seu piso.